verdade viva °°°: fevereiro 2011

8.2.11

Um nome de anjo que acaba sendo camuflado pelas intenções reais que o rodeiam, principalmente após os 355ml de cerveja, quando passa a se aventurar e porque não se divertir encarando o cronômetro que progride com o passar das horas deixando-o sem muitas opções de escolhas.

Um nome de anjo daqueles mais estranhos, antes fosse Gabriel, mas esse ficou para alguém do mesmo sangue. Como ele mesmo admite, salientando que Lúcifer é um anjo, meio caidinho, é fato, mas ainda assim anjo "Talvez eu tenha despencado pro inferno junto com ele!"

Seus pêlos espalhados pelo rosto mais me lembram um urso que um anjo, e já diziam algumas línguas: homem com pêlo na cara denuncia safadeza.

E falando em safadeza lembro-me aqui quando dividimos o mesmo quarto (ui!). Eu tinha duas opções: o quarto Suruba ou o quarto Oásis. Mas como eu não sou muito chegada em desertos, não demorei pra optar. O quarto Suruba passou longe do literalismo.

Vale compreender bem o último período do parágrafo superior.

Uma rede, um colchão bom e um colchão modesto ocupavam o cômodo. Havia o que eu chamaria de cama se não fosse só a armação, visto que os colchões encontramvam-se no chão por uma questão de maior discrição. Toda essa rima foi intencional? Não.

O fiador do cômodo, lembrando, tinha rosto de urso e nome de anjo, e além do cômodo que já foi imaginado era possuidor de três toalhas. A azul clara, a azul escura e a estampada. A última era a das visitas; a primeira dele próprio e a do meio era das garotas que porventura passassem pela sua rede.
Não gostava da posição plana e a justificativa para os colchões no chão era que mesmo assim, se tivesse de agradar, era deveras esforçado.

"É assim que tem que ser". Comentava antes de mostrar os dentes amarelados e os olhos coloridos cobertos por uma sobrancelha rabiscada.

Recordo deste exímio admirador das diversões ilimitadas que sempre saía sorrindo de toda e qualquer roubada.


Texto escrito em 2008 em homenagem ao meu querido e saudoso amigo Gediel.