Um nome de anjo que acaba sendo camuflado pelas intenções reais que o rodeiam, principalmente após os 355ml de cerveja, quando passa a se aventurar e porque não se divertir encarando o cronômetro que progride com o passar das horas deixando-o sem muitas opções de escolhas.
Um nome de anjo daqueles mais estranhos, antes fosse Gabriel, mas esse ficou para alguém do mesmo sangue. Como ele mesmo admite, salientando que Lúcifer é um anjo, meio caidinho, é fato, mas ainda assim anjo "Talvez eu tenha despencado pro inferno junto com ele!"
Seus pêlos espalhados pelo rosto mais me lembram um urso que um anjo, e já diziam algumas línguas: homem com pêlo na cara denuncia safadeza.
E falando em safadeza lembro-me aqui quando dividimos o mesmo quarto (ui!). Eu tinha duas opções: o quarto Suruba ou o quarto Oásis. Mas como eu não sou muito chegada em desertos, não demorei pra optar. O quarto Suruba passou longe do literalismo.
Vale compreender bem o último período do parágrafo superior.
Uma rede, um colchão bom e um colchão modesto ocupavam o cômodo. Havia o que eu chamaria de cama se não fosse só a armação, visto que os colchões encontramvam-se no chão por uma questão de maior discrição. Toda essa rima foi intencional? Não.
O fiador do cômodo, lembrando, tinha rosto de urso e nome de anjo, e além do cômodo que já foi imaginado era possuidor de três toalhas. A azul clara, a azul escura e a estampada. A última era a das visitas; a primeira dele próprio e a do meio era das garotas que porventura passassem pela sua rede.
Não gostava da posição plana e a justificativa para os colchões no chão era que mesmo assim, se tivesse de agradar, era deveras esforçado.
"É assim que tem que ser". Comentava antes de mostrar os dentes amarelados e os olhos coloridos cobertos por uma sobrancelha rabiscada.
Recordo deste exímio admirador das diversões ilimitadas que sempre saía sorrindo de toda e qualquer roubada.
Texto escrito em 2008 em homenagem ao meu querido e saudoso amigo Gediel.
3 Comments:
Não é um texto. É um filme, ao menos para mim...
Lembrei de cada detalhe.
Saudades mil dos encontros e desencontros.
Candangando, qualquer dia passo novamente por debaixo desses sóis.
Beijins
Passou um filminho por aqui tbm.
Que lindo, Laka!
Aquele trimestre final de 2008 deixou saudade, a casa, a calabresa acebolada pós balada e o quarto gigante com toalha pras "visitas".
Que bom que deixei de ser visita. rsrsrsr
Bjo, minha querida!
Que bom que tantos podem compartilhar a mesma sensação. Que pena que não pudemos permanecer na ilha paradisíaca arquitetada na cidade por mais tempo. Ainda não devolvi as chaves da casa. Por mera irresponsabilidade ou por cultivar o desejo de viver tudo novamente. Abraços apertados! Bom saber que em breve encontrarei o anjo no inferno. Olinda nos espera!
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