verdade viva °°°

26.1.11

Releituras:

Nos últimos meses não consegui produzir nenhum texto que me fosse satisfatório. Pensei várias vezes que eu não parava mais para compor, para pensar, para viajar. Nem tava dando tanto gás assim nas minhas leituras. Reli 2009 e 2010 quase inteiros e sorri com algumas boas e divertidas memórias, mas encontrei alguns textos que eu nunca terminei, por simplesmente me ter desaparecido a inspiração.
Todos os meus textos tem algo de mim, do que vivi, do que me contaram ou do que idealizei, e todos sempre partem de um denominador comum, apesar de quase todos serem fantásticos e/ou exagerados.

Taí, muitos amigos (por serem amigos) elogiam parte do que faço, mas acho que nunca contei para eles que meu processo é lento, e na maioria das vezes casual. Eu não preciso só SENTIR a vontade de escrever, mas de ter um fio condutor para cada palavra. De ter algo que faça meus olhos brilharem, estalar os dedos e dizer: vou escrever sobre isso!

Dois dias atrás, antes de adormecer criei algumas frases soltas. Bonitas, muito bonitas. E adormeci repetindo-as lentamente esperando tê-las ao acordar...
Sumiram, me deixaram à deriva num bloco de notas.

Às vezes pergunto aos meus pais se eles acham que sou louca, lelé, malucona, uma pirada. A resposta é variável, e ainda assim não me satisfaz. E de tão subjetiva que sou já estou a me estender não sei se para mim ou para você, falando sobre não sei mais o quê.

Ok, releituras. Foco, foco, foco.
Achei! Um dos textinhos que nunca terminei, de 06/07/2010:

Mau caíra da cama e já estavam a miar os filhotes da gata de rua. Levantara com os pensamentos confusos, questionando se não cometera um erro ao deixar o destino interferir no que seria um protótipo de vida despedaçada.
Pôs a água para ferver e já adiantou os baldes para o banheiro.
O frio branco lhe doía os ossos.
Trabalhava como recepcionista no Grand Hostel el Día del Sol, uma construção apoteótica, antiga e clássica naquela Natal arrasada pelas chuvas de verão.

(continua, quiçá, um dia...)




4 Comments:

At 26.1.11, Anonymous Priscila Adélia said...

Mas é assim Laka, é preciso de um fio condutor para conseguir escrever qualquer coisa. uma idéia, uma frase, um ato, uma cor...
continue...

 
At 27.1.11, Anonymous Anônimo said...

Espero que nada te faca perder a inspiracao e o tal fio condutor. Eh esse tal fio que me falta, e por isso nao escrevo. Inspiracao e ideias eu tenho de sobra, mas parece que o lapis nao me ajuda na hora de botar pra fora. Achei que as letrinhas do teclado me ajudariam mais. Doce ilusao...
:) Nani.

 
At 28.1.11, Blogger My Telephone said...

E de repente, um outro fio condutor fez você escrever de uma forma bem legal sobre a ausência deles mesmos.
Bem bom! ;)

 
At 29.1.11, Blogger Bruno Costa said...

O que seria dos loucos sem as palavras para reiventar a trágica realidade...

 

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