Você lembra como nós nos conhecemos?
Chegou sorrateiro, segurou minha cintura enlaçando-me num sorriso eterno e fixando meu olhar em seu sinal, no lábio superior. Cheio de palavras cantadas, de ginga de negro, de capoeira.
Pronto. Não bastou muita coisa pra nascer dali uma admiração ingênua, daquelas de me fazer babaca, de me fazer feliz.
Pouco me importei se minha felicidade não existia de fato. Se cada crença não passava de sonho, se cada toque de lábios era um pouco solidão.
Ser romântica é tão demodê.
Queria me envergonhar de pedir um abraço, de assumir que amo, de fechar os olhos molhados e tentar me convencer de que ser romântica me cabe. Devia ter vergonha de tentar organizar a sua vida só porque percebi que às vezes é um saco ser só, estar só, pensar só.
Devia ter vergonha de chegar no fim de um domingo com uma tremenda vontade de chorar e não fazê-lo, porque sou forte. E, porque ainda assim, posso sorrir.
1 Comments:
o amor-beleza
o amor-verdade
quando distante
é ainda mais amor
é desejo de ser
sem estar
é desejo de ser
sem tocar
é desejo demais
de mais ser
Postar um comentário
<< Home