Talvez eu não seja inteligente o suficiente.
Talvez eu não seja inteligente, tampouco suficiente.
A poucas horas atrás eu assisti um filme que tratava de sonhos, das dimensões do subconsciente e da capacidade de tentar se manter consciente dentro da inconsciência, de buscar o autocontrole nos níveis mais inferiores da consciência. Como será possível alguém saber controlar tão bem a própria mente a ponto de conseguir transferir tanta confusão e descontrole à mente do outro?
Freud deve estar se esbaldando de prazer no seu túmulo ao me ler fracassar em minhas vãs filosofias.
Às vezes me sinto exausta de tanto buscar explicações, de tanto tentar achar resposta pra tudo que não deu certo e que sim, deveria ter dado. O que faltou naquele poema que não fez dele o vencedor do concurso? O que faltou naquele bordado que não fez dele o gostar de quem o recebeu de presente? O que faltou naquele script que não fez dele o filme vencedor do Oscar?
Em diversas situações eu precisei aprender a perceber o que me rodeava. E essa minha percepção sempre foi móvel e mutável. E é estranho passar o dia tentando perceber as faltas que transformam aquilo que é naquilo que deixou de ser. Ausência.
E talvez coincidentemente minha noite de domingo tenha terminado num confuso papo sobre a psicologia da gestalt, que fala justamente da percepção onde há tanto tempo venho trabalhado até inconscientemente. E mais coincidência ainda quando vejo alguém comentando que estranha o fim de uma coisa que julgava ser inacabável. Espero muito que não tenha sido a água da caixa d'água.
Pois bem, esse blá blá blá todo só tá rolando porque, não era surpresa de fato, tenho visto muita gente em situações parecidas. Fins de relacionamentos. Eles acontecem todos os dias, o dia todo. E é possível perceber que as reações são as mais adversas possíveis, mas parece que a maioria converge pra uma mesma sensação: fracasso.
É engraçado perceber o quanto atribuimos a uma só pessoa uma extrema importância, e uma importância merecedora, claro, porque era aquela pessoa que estava junto da gente nos melhores momentos, na risadas mais gostosas, nos devaneios mais alucinantes, nos orgasmos mais prazerozos, nas projeções dos fogos de artifício mais coloridos, nos passeios mais aventureiros, nos churrascos mais divertidos, nos cenários mais românticos, e até nos momentos mais tristes entregando todas as suas mãos e ombros nas perdas inesperadas, nas gripes, alergias e enxaquecas te levando ao hospital. É a pessoa companheira, a parceira. É a certa. É sempre a pessoa certa.
Mas e se de repente tudo se transformar numa miserável solidão?
E quando tudo inacreditavelmente termina, o que sobra? Pra mim a pior parte de se sentir o que se sobra se chama planos. E cada pessoa que de alguma forma desaparece da minha vida me faz desacreditar que o amor é possível. É como se eu desse um passo atrás.
Um dia, um casamento de um ex-casal amigo meu terminou, e o impacto foi tão grande que julguei ter sido um atraso na vida de todos que os conheciam e que acreditavam que eles viviam num mar de rosas. Ninguém percebeu que o mar deles também era salgado quanto qualquer mar comum.
E o dia depois do fim é sempre enjoado. E pelos dias que se seguem é comum que aquele melhor companheiro se transforme num fantasma. Ou que o melhor companheiro faça uma viagem pra bem longe, onde não existe nenhuma possibilidade de conversa. Nem pelo skype. Ou que o melhor companheiro tenha seu nome riscado da caderneta e desapareça dos álbuns e da lista de contatos do messenger.
Os adultos têm de aprender a lidar melhor com os fins.
Às vezes eu me perguntava: Será que não sobrou nada? Até me distrair e conscientemente esquecer.
Às vezes eu queria enviar algum sinal que chamasse a atenção, sem saber se aquilo era a pura demonstração de solidão e saudade ou de que eu estava indo bem.
Perceber o que faltou não é tão simples. Você tem que rever o filme inúmeras vezes. Ninguém diz de cara o que faltou. Foi a graça? O tesão? Sexo? Paciência? Carinho? Dedicação? Lealdade? Liberdade de expressão? Cumplicidade? Caráter? Coragem? Disposição? Sempre falta um pouco mais de algo. O quê? Você sabe? Agora eu sei.
Mas o amor é como um cubo mágico. As cores se misturam e se organizam, basta saber fazer. E se não achar tão simples fazer, alguém sempre vai surgir oferecendo ajuda.
Os relacionamentos são assim, e se não der certo, sofrer é sempre necessário, até conseguir se perceber o que faltou. E mesmo que seja tarde, faz crescer.
E outros amores hão de surgir ou ressurgir até mudar tudo de novo. Porque tudo muda o tempo todo, a todo o tempo. Sim, claro. Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma.
Talvez eu não seja inteligente, tampouco suficiente.
A poucas horas atrás eu assisti um filme que tratava de sonhos, das dimensões do subconsciente e da capacidade de tentar se manter consciente dentro da inconsciência, de buscar o autocontrole nos níveis mais inferiores da consciência. Como será possível alguém saber controlar tão bem a própria mente a ponto de conseguir transferir tanta confusão e descontrole à mente do outro?
Freud deve estar se esbaldando de prazer no seu túmulo ao me ler fracassar em minhas vãs filosofias.
Às vezes me sinto exausta de tanto buscar explicações, de tanto tentar achar resposta pra tudo que não deu certo e que sim, deveria ter dado. O que faltou naquele poema que não fez dele o vencedor do concurso? O que faltou naquele bordado que não fez dele o gostar de quem o recebeu de presente? O que faltou naquele script que não fez dele o filme vencedor do Oscar?
Em diversas situações eu precisei aprender a perceber o que me rodeava. E essa minha percepção sempre foi móvel e mutável. E é estranho passar o dia tentando perceber as faltas que transformam aquilo que é naquilo que deixou de ser. Ausência.
E talvez coincidentemente minha noite de domingo tenha terminado num confuso papo sobre a psicologia da gestalt, que fala justamente da percepção onde há tanto tempo venho trabalhado até inconscientemente. E mais coincidência ainda quando vejo alguém comentando que estranha o fim de uma coisa que julgava ser inacabável. Espero muito que não tenha sido a água da caixa d'água.
Pois bem, esse blá blá blá todo só tá rolando porque, não era surpresa de fato, tenho visto muita gente em situações parecidas. Fins de relacionamentos. Eles acontecem todos os dias, o dia todo. E é possível perceber que as reações são as mais adversas possíveis, mas parece que a maioria converge pra uma mesma sensação: fracasso.
É engraçado perceber o quanto atribuimos a uma só pessoa uma extrema importância, e uma importância merecedora, claro, porque era aquela pessoa que estava junto da gente nos melhores momentos, na risadas mais gostosas, nos devaneios mais alucinantes, nos orgasmos mais prazerozos, nas projeções dos fogos de artifício mais coloridos, nos passeios mais aventureiros, nos churrascos mais divertidos, nos cenários mais românticos, e até nos momentos mais tristes entregando todas as suas mãos e ombros nas perdas inesperadas, nas gripes, alergias e enxaquecas te levando ao hospital. É a pessoa companheira, a parceira. É a certa. É sempre a pessoa certa.
Mas e se de repente tudo se transformar numa miserável solidão?
E quando tudo inacreditavelmente termina, o que sobra? Pra mim a pior parte de se sentir o que se sobra se chama planos. E cada pessoa que de alguma forma desaparece da minha vida me faz desacreditar que o amor é possível. É como se eu desse um passo atrás.
Um dia, um casamento de um ex-casal amigo meu terminou, e o impacto foi tão grande que julguei ter sido um atraso na vida de todos que os conheciam e que acreditavam que eles viviam num mar de rosas. Ninguém percebeu que o mar deles também era salgado quanto qualquer mar comum.
E o dia depois do fim é sempre enjoado. E pelos dias que se seguem é comum que aquele melhor companheiro se transforme num fantasma. Ou que o melhor companheiro faça uma viagem pra bem longe, onde não existe nenhuma possibilidade de conversa. Nem pelo skype. Ou que o melhor companheiro tenha seu nome riscado da caderneta e desapareça dos álbuns e da lista de contatos do messenger.
Os adultos têm de aprender a lidar melhor com os fins.
Às vezes eu me perguntava: Será que não sobrou nada? Até me distrair e conscientemente esquecer.
Às vezes eu queria enviar algum sinal que chamasse a atenção, sem saber se aquilo era a pura demonstração de solidão e saudade ou de que eu estava indo bem.
Perceber o que faltou não é tão simples. Você tem que rever o filme inúmeras vezes. Ninguém diz de cara o que faltou. Foi a graça? O tesão? Sexo? Paciência? Carinho? Dedicação? Lealdade? Liberdade de expressão? Cumplicidade? Caráter? Coragem? Disposição? Sempre falta um pouco mais de algo. O quê? Você sabe? Agora eu sei.
Mas o amor é como um cubo mágico. As cores se misturam e se organizam, basta saber fazer. E se não achar tão simples fazer, alguém sempre vai surgir oferecendo ajuda.
Os relacionamentos são assim, e se não der certo, sofrer é sempre necessário, até conseguir se perceber o que faltou. E mesmo que seja tarde, faz crescer.
E outros amores hão de surgir ou ressurgir até mudar tudo de novo. Porque tudo muda o tempo todo, a todo o tempo. Sim, claro. Na natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma.
5 Comments:
Cara Vaneska,
Gostei de verdade do "cubo mágico", mas n concordo com o fracasso. Se vc compartilhou bons momentos, aprendeu e foi mais feliz do que triste c a outra pessoa, n foi um fracasso. Ter frassado em alguma parte disso pode ate ser, mas o relacionamento em geral acho q n é essa a palavra.
Bjo.
Lindo texto amiga. Realmente, brincar com o cubo mágico não é fácil. Não adianta inteligencia, astúcia nem muito menos dinamicinadade. Requer paciência, reflexão e por que não estratégias? Há os que desenvolveram seus macetes e até que na arte do cubo-amor se saem muito bem. Há os sortudos, que por si só a palvara fala, foi a danada sorte. E há nós, que o mundo escolheu para aprendermos às duras penas. Brincamos e tentamos, como tentamos. Nos entristecemos com as nossas tentativas falhas. Ficamos com raiva até do nosso ânimo inicial, ao ponto de jogá-lo contra parede. Nas mais tristes vezes, o quebramos, mas ele teima em se reconstruir. Às vezes, o guardamos num fundo escuro do armário, atrás de todas as fatansias carnavalescas. E.. és que somos convidadas pela mesma vida que nos condenou à brincar, entrar na dança mais uma vez, misturar cores e dores. E quem sabe, numa dessas danças não achamos nosso pé de valsa? Afinal, que é a vida se não uma grande sinfonia? Nem sempre harmoniosa, mas ainda sim sinfonia.
você sabe? então me diz!
e a gente sempre percebe o que faltou?!...
:*
E eu que julgava os desencontros como sentença definitiva
encontrei aquela que me fez experimentar uma estranha sensação de liberdade
que extraiu dos meus lábios o improvável sorriso
e me impôs a necessidade do contato
Não sem medo me entrego
talvez o futuro me faça crer na pretérita sentença
talvez não
e os talvez se tornam as margens do rio no qual navego
Tolos aqueles que transformaram em fracasso momentos inesquecíveis
desprezando que o tempo é apenas uma variável
estarei ao teu lado hoje, amanhã, talvez...
importa-me sobretudo viver
hoje
amanhã
talvez...
BRUNO COSTA.
Virou modelo, foi? Foto bacana
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