verdade viva °°°: junho 2006

28.6.06

Talvez eu não me encontre mais em livros, poemas, gramáticas e afins.

Tô na fossa. Não vou mentir.

Mas passa, eu sei que passa...

21.6.06

Prefiro ficar de pijaminha cute-cute o dia todo, com o cabelo despenteado, embaixo de um super mega lençol quentinho, de olhos fechados com o corpo em posição fetal encolhido que nem um repolho, diminuindo minha superfície de contato com o ar frio.
Um espirro.

-Vamos gatinha, se mexa! Não é você que quer ser a super exploradora do mundo? Tá fazendo o quê deitada até essa hora?
-Ah por favor, fecha essa porta porque o som tá me incomodando.

De repente: Zooooooouuuuuuuummmmmmmmmmmmmm! Trruuuuuuuuuuuuuu!!!
Máquinas.

Não, por favor não! Só mais os benditos cinco minutinhos.

Mas não dá, porque tem que levantar, tem que trabalhar e ajudar na renda familiar.
Não dá, tem que espreguiçar, tem que renovar e sacudir a mordomia pra lá.
Não dá, tem que agilizar, tem que respirar a energia solar.
Não dá, tem que funcionar, tem que sufocar com as poeiras do ar.

Quanta rotina, quanta intolerância, quantas poucas formas de imaginar uma mudança.

Mudar. Lugar. Sair. Passear.
Conhecer. Viver. Amar. Procriar.
Construir. Comer. Beber. Sorrir.
Prazer. Prazer. Prazer.
estou aqui.

13.6.06

A fantasia vem em verde e amarelo


Pra falar a verdade, os hipócritas adoram se mostrar na época da copa, não é verdade? Vivem falando mal do Brasil, adoradores dos americanos, alemães, holandeses, australianos... Mas o brasileiro? Ah, os brasileiros podem ser jogados no lixo.
Eu busco nas pessoas o amor pela pátria, e sério, em poucas acho.
O Brasil é um país lindo, imenso, de uma riqueza cultural incrível, uma culinária maravilhosa e um potencial econômico de tirar o ar. Mas a exploração sempre vem pra agredir. Os gringos sempre vêm pra ofender, e pra roubar o que é nosso. O nosso patrimônio, a nossa cultura.

Aí vem brasileirinho chibata (desses que são brasileiros por falta de opção) e estampam no peito as cores do Brasil só agora: na copa.

Esse nacionalismo fanático e barato que acontece de quatro em quatro anos me dá náuseas.
Não é a tôa, conhecido como o país do futebol e do carnaval era só o que poderia resultar.
Podia ser conhecido como o país de belas praias, o país de paisagens incríveis, o país com um potencial futurístico imenso e rico, o país de artistas maravilhosos... não! É o país do futebol e acabou-se, viva Pelé, Zico, Taffarel e o escambal.

Quando não é o futebol ou o carnaval, é a violência e as favelas nas capas das revistas. É o preconceito com os negros que vivem nas ruas e nos morros. É o preconceito com as mães solteiras de 13 anos.
Cadê a oportunidade pra essa gente?

Tudo bem, tô saindo da minha linha de raciocínio, isso é coisa pra outro momento.
Venho aqui dizer que sou brasileira com orgulho, e que tenho orgulho também dos nossos atletas. Que acredito que o Brasil possa ser hexa. Que acredito no potencial que Ronaldinho, Kaká, Adriano, Dida, Cafu e os outros têm. E que torço e torço pra caramba. E que visto a camisa.

Mas eis a diferença: Eu visto essa camisa e canto essas cores em todo e qualquer lugar. Porque o Brasil merece ser cantado sempre e em todos os lugares, da mais bela forma, do mais belo estilo, com as mais belas ou desafinadas vozes.

E só pra finalizar... vamos todos colocar bandeirinhas do Brasil nos nicks do MsN, nada mais original e patriótico. ¬¬
|¯_<¯_o¯_>¯_|

10.6.06

Apenas fragmentos


"Sabe rir mole de bobeira? Sabe dançar idiota de alegria? Sabe dormir gemendo de saudade? Sabe tomar banho sorrindo para sua pele? Sabe cantar bem alto para o mundo? Sabe ter friozinho na barriga antes de vê-lo e ter fome de mundo depois de abraça-lo? Saba não aguentar? Sabe sobrevoar o frio, o cinza, os medos, os erros e tudo que pode dar errado? Ele consegue fazer com que eu me perdoe por apenas viver sem questionar tanto."

Ninguém pode acompanhar minha louca linha de raciocínio meio poeta, meio neurótica, meio madura.

Ele me ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa.

8.6.06

O que me resta é sentar e tentar organizar as idéias.
Como pode uma borboleta bater em sua janela e não deixá-la entrar? Como pode manter fechado o cadeado tanto tempo assim?
Veja bem, o garotinho de boné amarelo atravessa a rua contente, aos saltos, satisfeito com o novo brinquedo.
E você? Onde você esteve todo esse tempo que perdeu a visão?
Tanta escuridão. Tanto silêncio.
Mas ouça! As vozes ecoam.

Vá ao jardim, voe com as borboletas. Voe com as cores. Voe com a alma.
Corra com o garotinho e não pare pra observar o mundo, mas saiba que o mundo todo te observa.

Procure o sentido nas formas, nas essências que te cercam.

Certo dia, caminhando na praia à noite me pus a observar o brilho das estrelas. Só via o brilho, sem formato, sem definições. Não ouvia mais o barulho das ondas. Não sentia mais a brisa do mar. Apenas via a luz, de repente como um caleidoscópio, diversas imagens multicoloridas surgiam densas e murmuravam:

Menina, olhe para os dois lados quando atravessar a rua.
Menina, não vá para o fundo.
Menina, sorria para a fotografia.
Menina, ...

Vinha de todos os lados, me abaixei e me pus a chorar. Não cabia em mim tanta saudade, tanta paz e felicidade. Tempo de inocência. Tempo de cuidado. Tempo de gratidão. De afeto. De amor.
Mas onde está o amor? Pra que lado ele foi? Será que ele não soube olhar os dois lados e morreu atropelado? Será que ele não sabia nadar e morreu lá no fundo do mar? Será que ele não sabia sorrir e queimou a fotografia? Será que...?

Um sorriso pode ferir e lágrimas podem queimar, mas cabe a você ousar. Ser ferida, ser queimada. O que importa? Nada. Vazio.
O mundo anda tão torto, e as pessoas encontram-se tão mortas que chega penaliza.

Não, não, não! Pára tudo. Ta tudo diferente, tudo mudou. Tudo voltou a ser simples como antigamente, aliás, nada devia ter deixado de ser simples. Vivas e glórias.

É por isso que construí um mundo meu. Um mundo onde você escolhe a cor, onde você escolhe o som, onde você se encaixa na moldura que mais te agradar. Onde há verdades que se encontram vivas. Verdade Viva.

6.6.06

De vez em quando sinto meus dedos deslizando pelo teclado, como se eu estivesse só, correndo atrás dele.

É na direção da verdade que corro, o teclado e eu, a verdade que espero vir ao meu encontro, do fundo de uma tela branca, e que poderei alcançar somente quando a golpes certos conseguir sepultar todas as preguiças, as insatisfações, o fastio que vim aqui pagar.

A corrida rumo a verdade se faz incerta.
Mas de qualquer forma, ainda fecho os meus olhos.