Viva as baratas!
Eu já havia dito que estava a ler O homem que matou Getúlio Vargas do Jô. Pois bem, olhem que interessante essa passagem, já que me interessou muito pelo meu atual estado de estudante de ciências biológicas:
“Para preencher o tempo, Dimitri dedica-se, com Alencar, ao estudo das baratas. Passa horas a fio ouvindo o professor discorrer sobre esses pequenos seres escuros que infestam as celas:
- Meu caro amigo, a barata, cujo nome vem do latim blatta, é a criatura mais incompreendida do universo. Não entendo a aversão que os homens sentem por esse maravilhoso animal.
- O que há de tão maravilhoso nele?
Alencar inicia uma verdadeira aula sobre o asqueroso inseto.
- Pra começar, a capacidade de sobrevivência. Foram encontrados fósseis de baratas com mais de trezentos milhões de anos. Existem três mil e quinhentas espécies espalhadas pelo mundo. Na Costa Rica, há uma barata alada tão grande, a Blaberus giganteus, que se alimenta de peixes e rãs. Ela enterra o ferrão na presa e suga-lhe os líquidos orgânicos. Não é fantástico?
- E essas aqui, de que tipo são? – pergunta Dimo, apontando três cascudas que passeiam pela parede em frente.
- Periplaneta americana. As minhas preferidas. É a barata mais comum, fácil de criar em laboratório e muito inteligente.
- Inteligente!?
- Claro. Toda barata é inteligente. Pode-se dizer que ela tem dois cérebros.
- O quê!?
Alencar diverte-se com o espanto do discípulo:
- São dois pares de gânglios nervosos na cabeça, ligados a um gânglio na ponta da cauda. Isso permite que ela receba impulsos sensoriais em frações de segundos.
- O que mais me impressiona é a capacidade que elas tem de comer qualquer coisa – diz Dimitri, apontando uma quarta barata, que rói um pedaço de papel.
- É porque elas possuem dentes minúsculos no estômago, com os quais mastigam qualquer alimento ingerido.”
Pô, eu achei legal isso apesar de não ir muito com a cara desses seres. ^_^
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