Existem olhos que se fecham para sempre, como uma brisa que sopra e carrega a última folha seca do outono. Alguns olhos nem sequer reparam que existe um outono e que esse outono faz variar um verão febril. Tem olhos que não percebem o caminho que as formigas fazem em busca de alimentos. Tampouco pés.
Os meus olhos estão fechados. Minha cabeça descansa num travesseiro branco e escuto o dedilhado um tanto apressado - mas nem por isso menos cuidadoso - que inscreve no ar a chegada do sol.
Fico alerta ao silêncio repentino que antecede uma tosse baixa, rouca, que caminhará em minha direção até me ensurdecer pelo compasso dos dedos que me tocarão em desenhos de amor. Deixo escapar um sorriso sacana, mas singelo. Chove.
Enxergo tudo com os olhos fechados.
Os meus olhos estão fechados. Minha cabeça descansa num travesseiro branco e escuto o dedilhado um tanto apressado - mas nem por isso menos cuidadoso - que inscreve no ar a chegada do sol.
Here comes the sun, la ra ra ra...
Fico alerta ao silêncio repentino que antecede uma tosse baixa, rouca, que caminhará em minha direção até me ensurdecer pelo compasso dos dedos que me tocarão em desenhos de amor. Deixo escapar um sorriso sacana, mas singelo. Chove.
Enxergo tudo com os olhos fechados.
The smiles returning to the faces.
Trechos de: Here comes the Sun - George Harrison.
2 Comments:
adorei!!!
que profundo!!!
é muito bom ler algo assim, eu acabo viajando nas palavras e me transportando pra outro lugar, outro tempo!!!
bjossssssss
Hahahaha! O cavaquinho atormentador!
Postar um comentário
<< Home