verdade viva °°°

22.7.09

Perguntas que me chegam em igual altura esperam as respostas de como meus nove dias de solidão se passaram. A solidão lhes digo, era o que se fazia sólido em meu peito, apesar da novidade das diferentes cores de pele e fibras de cabelos ao meu redor.
Deixemos de breguices.

Viajei de ônibus de Natal ao Planalto Central, buscando Deus sabe o quê. Talvez quisesse adiar o pensamento do que me fazia banal, do que me tornava vulgar, daquele corriqueiro irritante de outrora.

Pessoas relativamente próximas na mesma viagem? Contei três. O Bruno, o Daniel e a Lalá. A última se fez meu assento esquerdo e dorminhoco nas 50 horas de ida. 50 horas em resposta a um atraso muito justo: Trabalhadores em greve fecham rodovia estadual em Joaquim Gomes - Alagoas. Reinvidicam 25% de aumento.


Enquanto o Movimento Sindicalista atua em conjunto com os rapazes bem-humorados do Batalhão de Operações Policiais Especiais, os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte reunem-se num desses botecos de beira de estrada e tomam cerveja.

O meu almoço foi um cachorro-quente a la salmonelas e um pedaço de cana-de-açúcar roubado de dois meninos (sim, roubei sem piedade o doce das crianças).

Pós 1° obstáculo, não contente com o atraso, ainda me surge um caminhão atolado numa estrada invadida pelo barro, um ar condicionado quebrado e uma derrota no truco.

A chegada na Universidade de Brasília aconteceu durante a madrugada de uma quarta-feira, quando o termômetro marcava 12°C. Alojamo-nos num dos 1.586.365.000 anfiteatros da instituição.

O dia amanheceu azul como era de se esperar. O ar seco e gelado me queimava toda por dentro e minha maior preocupação era recair da pneumonia. Busquei um banho pelos subsolos daquela universidade que de repente transformara-se em meu lar e só encontrei uma bica de águas frias nas trevas de um banheiro masculino que cheirava a ratos. O banheiro da zeladoria tinha água quente e era bem mais acessível que o trevas, mas eu sou burra quando sigo intuições e já havia perdido essa chance naquele momento.

O passeio turístico em companhia da Lalá foi clássico: Ministérios, Catedral Metropolitana, Mercadinho de Flores secas do Cerrado, Museu Nacional, Biblioteca Nacional (sem livros), Teatro Cláudio Santoro, Congresso e Câmara dos Deputados.E enquanto caminhávamos pela arquitetura do Niemeyer eu e a Lalá conversávamos sobre amor, poesia, viagens, sexo e gastronomia até encontrarmos o Prefeito de Cabrobó - PE, que nos cedeu seu táxi até um dos cafés clássicos na 406 Norte.



O lugar é um charme: sebinho.com. E tem um sanduíche italiano e um chocolate quente daqui ó.




De volta ao lar, troca-se a roupa após o banho (este sim, quente pegando fogo). Botas pretas cano alto, blusa de gola alta também preta e maquiagem forte pra aqueles que não me conhecem deduzirem minha má intenção noturna. Mal se lembram que à noite todos os gatos são pardos. Em comboio com os novos colegas fui procurar uma cerveja na cidade onde os bares fecham às 01:30 da madrugada...

A noite seguinte era a mais esperada dentre os eventos culturais do 51° CONUNE. Até então eu não tinha comentado que a viagem tinha um objetivo específico além de ir apenas à cidade linda cantada pelo Renato Russo. Teoricamente eu saí da minha cidade pra participar do Congresso da União Nacional dos Estudantes e viver um pouco do movimento estudantil de perto. Enfim, num aglomerado brasileiro doido de diferentes culturas e raças, me encontrava nos mais de oito mil estudantes de todas as regiões da nossa pátria mãe gentil.

A sambista carioca Leci Brandão e os meninos do Móveis Coloniais de Acaju cuidaram da festa. E foi lá pelo final do show do Móveis que eu e a Lalá conhecemos o Dudu e o Simba. E a partir daí nossos olhinhos brilharam com a possibilidade de uma nova viagem. Passei prazerozamente um pano no já empoeirado sonho de ir pra Chapada dos Veadeiros, em Goiás...



(continua...)


post-scriptum: clique nas fotos para vê-las ampliadas.

5 Comments:

At 23.7.09, Blogger Yuri Andrews said...

Sabe do que eu tenho mais saudade?

Comer cachorro-quente a la salmonelas com cerveja e falar de amor, poesia, viagens, sexo e gastronomia com você...





Amo-te (L)

 
At 23.7.09, Anonymous Anônimo said...

é por repugnar coisas como essas citadas no inicio do texto que eu tenho fama de fresca!
¬¬



que bom que vc voltou! =)
=**

 
At 25.7.09, Anonymous Jah said...

Queria tanto ter ido nessa viagem.. =~

As fotos tão lindaaas laka!
Quero nem ver as da chapada... se bem q ja vi no orkut!
=D

:**

 
At 25.7.09, Blogger  said...

Saudades de pessoas como vc!! Me roube daqui tbm nessa :P~~~~

 
At 26.7.09, Blogger Bruno Costa said...

É uma pena que a gente não saiba sair do quarto mesmo quando a porta está aberta... os quartos eram diferentes, mas a solidão era a mesma...

 

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