Sentar em frente ao computador e tentar falar de mim.
É isso que tento fazer quase que diariamente, e nunca consigo terminar ou deixar com que alguma força maior que me conheça mais que eu mesma domine meus dedos e faça-os digitar ininterruptamente causos, fatos, estórias e anedotas sobre a vida da personagem que vos fala neste momento menor, ou seja, eu de novo. Momento menor sim, porque afinal de contas não estou cá escrevendo em frente a um computador, mas sim usando o método clássico de papel e caneta, borrões, erros e correções. É algum distúrbio, só pode ser. Qual a diferença em se colocar pensamentos, frustrações, alegrias, seja lá qual for o sentimento da vez para um papel ou para a tela de um computador? Eu sei que aqui no papel eu posso riscar, marcar com minha ira qualquer palavra mal escrita, derramar com uma lágrima aquela emoção transposta naquele pedaço de... de papel. É de papel que eu to falando, de árvores que foram cortadas. Legalmente, será? Não da pra acreditar que tornaram legal o fato de algumas árvores serem postas abaixo para a fabricação do papel. Mas eu não posso me desvirtuar, porque afinal de contas eu vim para escrever sobre mim. E falar para mim sobre eu mesma é penoso por demais, e eu continuo com confusões apáticas, simpáticas e telepáticas para comigo mesma. Voltando ao fato de escrever em papel ou no próprio computador, se eu tivesse na segunda opção também poderia muito bem demonstrar minha ira apagando qualquer palavra inoportuna, ou que não estivesse estrategicamente posicionada naquele conteúdo textual para dar a entonação exata que eu gostaria. Agora descobri o problema, é que no papel o meu rabisco permanece, e no computador se eu apagar, o problema deixará de existir para sempre. Como eu vou me lembrar de alguma expressão que me foi por mim mesma desmerecida cinco minutos atrás se ela não continua mais lá para que haja a lembrança? Ai, como minha cabeça está cansada de não pensar em nada. Depois o trabalho é maior, porque eu sinto uma necessidade exacerbada de contar para todos minha inquietude e tenho que pegar aquele papel, com aqueles garranchos e digitar contrariamente à minha vontade para que eu possa de alguma forma desabafar de e para mim mesma as minhas neuras. Grrr! Como eu odeio amar escrever, sim porque ao final das contas eu grito, choro, lamento minhas frustrações de nunca conseguir passar exatamente aquilo que eu esperava no início, porque sempre que começo a escrever penso em várias outras coisas, a memória se faz presente e eu por mim mesma novamente mais uma vez me perco em meio aos pensamentos mais absurdos para o momento, como por exemplo "o que será que meu irmão ta fazendo no trabalho dele?" ou "o jabuti já almoçou hoje?"... Por que diabos eu comecei a pensar nisso agora? Eu estava falando de papel e computador! Retardos mentais a parte vou chegar ao final sem um fim propriamente dito, já que tudo aqui não tem nexo e eu estou extremamente indignada comigo mesma.
1 Comments:
Questionamentos e indagações minha cara, esse é o mal de todo ser humano...
Mal? Porque não dizer dom?
É, dom!
De pensar, de perguntar, de olhar para si mesmo e procurar respostas...seja num papel ou na frente do computador!
Não te desespere!
És normal!
:P
Aminho!
:***
Postar um comentário
<< Home