verdade viva °°°

12.5.07

Porém, antes que fosse capaz de abrir seus olhos tateou seu corpo. Ainda era humana. Tocou a superfície onde outrora estava a agonizar e não mais estava no céu. Vagarosamente abriu os olhos e finos fios de luz fizeram arder sua retina. Levantou-se lentamente e resolveu sorrir para um pequeno e velho espelho ao lado da sua cama, achou-se estranhamente cheia de cor. Concentrou-se à fim de sentir novamente o cheiro de mar que momentos antes a possuíra, porém só sentia o leve perfume de lírios que seus cabelos exalavam. A partir daí começou a acreditar que não era a sua verdadeira imagem que estava a ver. Isabel transformara-se num sinuoso ponto de interrogação.

1 Comments:

At 15.5.07, Anonymous Anônimo said...

É compreensível que não devemos odiar, e que, por fim, nem consigamos mais fazê-lo. Da mesma forma, não devemos mais amar, no sentido vulgar que se atribui a essa palavra e, finalmente, nem podemos mais amar dessa forma. No entanto, não ficaremos insensíveis, indiferentes. Permitamos que tudo e que todos partilhem, sem esperar retribuição, de nossa maravilhosa capacidade de amar, que é desapaixonada, desinteressada e uniforme: amemos-nos apenas por amor ao amor. Isso não acontece por nos causar prazer pessoal, ou por saciar um anseio íntimo, mas porque precisamos fazê-lo devido a esse amor que transborda.
Esse amor, portanto, situa-se além do amor e do ódio. Não é como uma labareda ardente que em si própria se extingue, mas como uma tranqüila incandescência que uniformemente se alimenta de si própria. Esse amor - que não conhece desilusão, mas não recebe estímulo exterior - esse amor em que se mesclam bondade, compaixão e gratidão, esse amor que não alicia. Não se impõe. Não exige. Não persegue nem inquieta. Não dá a fim de tomar, esse amor, por isso mesmo, possui um poder realmente admirável, porque nem a esse poder ele aspira. Ele é suave, meigo, enfim, irresistível. Mesmo as coisas inanimadas se abrem pra ele, e os animais, que costumam ser medrosos e ariscos, confiam nele.

Diver!

 

Postar um comentário

<< Home