verdade viva °°°

16.7.08

Seria um ócio quase improdutivo se eu não tivesse que resolver os banais problemas familiares, como por exemplo, a loteria por fazer. O que não chega a ser um tremendo, ou mínimo que seja, problema familiar. Apenas a displicência lotérica deixaria o chefe da família um tanto quanto transtornado. Sim, ele sofre de TOC.

Em cima das gavetinhas amarelas vejo a embalagem da goma de mascar (sem açúcar) e recordo as palavras de um passado obscuro e bizarro da minha mãe sobre sua primeira e não tão "asseada" experiência com essa estranha guloseima (com bastante açúcar na época). A história fica pra outra hora, o que agora é importante ressaltar é que ela é sujeirofóbica (neologismos, à parte).

Ao que realmente interessa:
Depois de assistir duas vezes, denominei (digo eu porque cheguei à conclusão por mim mesma) de 'Síndrome de Amélie Poulain' aquelas que sofrem do Medo de se doar e se mostrar por completo. O que acomete boa porcentagem das minhas amigas (ironicamente, as mais inteligentes) que sofrem às escondidas e esperam aquele maldito momento da descarga hormonal ovulacional para desabafar e analisar (isso mesmo) com mais sensatez o atual estado de (des)graça em que se encontram.

Não cansei ainda de escrever fatos cotidianos.

Eu também me incluo nessa lista das que sofrem da Síndrome de Amélie Poulain (que tudo bem, se cura no final do filme); além, obviamente, da Síndrome de Peter Pan (essa eu não concluí sozinha e da qual não me curarei jamais).
Não estando, as duas acima, registradas nos manuais de transtornos mentais, sinto-me menos preocupada. Afinal, conforme passam-se os anos, aumentam-se as preocupações, mas por hora, vamos deixar esse verão para mais tarde.

Não gosto de me perder nos braços de seu ninguém e não conseguir achar o caminho de volta para casa enquanto ainda há tempo.

Alguns dos vírus da vergonha se fazem em meu sangue presentes, mas aquele de falar de sentimentos já me foi quase extinto. Falo e falo mesmo. Para quem quiser saber (com suas devidas aproximações). Falar (no sentido da palavra escrita, que para mim também se faz sonora) tem seu lado ruim, e lembrando do bobo jargão da Arlete Sales, prefiro agora não comentar.

Apesar dos pesares e se é defeito ainda não sei, sou comedida.
Romântica, é fato, mas (i)logicamente comedida por garranchos, que de garrafais, nem os cacos.

E vindo de uma família sofredora de patologias, fico por assim acomodada, comedida, confusa e inconclusiva, e, quem sabe, na cuíca da contradição.

11 Comments:

At 16.7.08, Anonymous Anônimo said...

minhas síndromes são claras.
mesmo sendo uma das inteligentes...

 
At 16.7.08, Anonymous Anônimo said...

perfeito!!
perfeito mesmo!!

 
At 19.7.08, Anonymous Anônimo said...

A síndrome de Amélie Poulain existe no manual de transtornos mentais sim ( CID-10 )embora com outro nome... transtorno de personalidade esquizóide.. embora do jeito q vc descreveu no texto seja apenas um estado borderline.. =P

 
At 20.7.08, Blogger vanessa said...

ou seja, gustavo, a síndrome de Amélie Poulain não existe no manual de transtornos mentais, oras.
¬¬

 
At 20.7.08, Anonymous Anônimo said...

é, então não existe! ora bolinhas...

lembra de mudar ai ó!!
Capitu ensaia agora é Cauda bem determinada.
e Capitu voltou a ser eu mesma, ou mesmo eu, ou "Capitu voltei a ser eu"

=*

 
At 20.7.08, Anonymous Anônimo said...

Cauda não, Causa. Causa.
Causa bem determinada.

ai ai

=***

 
At 21.7.08, Anonymous Anônimo said...

Relaxe (sério, relaxe…). Ser assim não é mal. "Quem faz mesmo é quem não diz". Só que: Se não vai, não vem.

 
At 23.7.08, Anonymous Anônimo said...

Não precisa se perder nos braços de alguém e ficar sem saber como voltar pra casa, se vc se achar em casa nos braços de alguém. E aí a palavra é confiança.

E garranchos garrafais são meio difíceis mesmo. Cacos de palavras as vezes se fazem entender melhor, já que pra bom entendedor, um caco q seja basta.

Qdo vc falou da cuíca da contradição eu achei genial. E fiquei observando como a cuíca se contradiz indo e voltando: iiih-uh-uh. iiiiiiiiih-uh-uh-uh. Mas aí eu pensei q ela podia não estar se contradizendo, mas só hesitando. Logo fiz uma enquete aqui no trampo pra saber se as pessoas achavam q a cuíca era um instrumento hesitante ou contraditório. A melhor resposta q recebi:

"é um instrumento dissimulado. Faz que vai, num vai, e qdo vai, vai de levinho"

A produção tá grande.

:*

 
At 23.7.08, Anonymous Anônimo said...

P.S. : Eu preciso mesmo ver esse filme da amelie Polain.

 
At 24.7.08, Anonymous Anônimo said...

sofremos, meu bem! sofremos!

 
At 30.8.08, Blogger tiago mesquita said...

.
escreve muito bem.
esbanja personalidade.
sabe falar e gosta disso.

a de amelie eu não conhecia.
a de peter me acompanha.

e os los hermanos,
debaixo do pano do texto,
eu leio, vejo e escuto.
.

 

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