Regresso
no peito o sufoco de um dia que não foi gritado,
o sufoco de um dia maltratado.
no peito o desgosto que regressa,
a solidão que atravessa o pensamento e que dissipa qualquer tentativa inútil de sobriedade.
fim de tarde.
na boca o vazio, o oco, o vão.
sem palavras, sem pronúncia,
sem aconchego, só renúncia,
tanta falta de atenção.
na boca o indigesto, o mau-hálito,
o resto.
olhos de botão,
claros feito um raio
e no corpo um espinho
no espelho minha alma que sem calma me pergunta
o que diabos está fazendo ali no chão, um pouco torta.
implume, tenta voar
não sabe que vai cair
pois a pena que lhe falta
foi morar longe dali.
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