verdade viva °°°

14.7.08

As minhas orações não mais diárias, tão pouco semanais, têm trazido o descrédito dos anjinhos.

Tenho feito, de tanto correr, os poros do meu corpo chorarem.
Tenho estado ao lado de pessoas que se embriagam daquela cor doce (igual ao lápis de colorir - singular no mundo - que a sobrinha da Janaína tem) enquanto eu espero paciente vê-las sorrir.

Alguém manifesta um carinho inesperado que me desmancha o bico em um sorriso e me desarma. Sim, basta sorrir para estar desarmado, como dizia mais ou menos o Maurício nas aulas de dança-teatro. Deixei logo o pandeiro de lado.

Músicas e expressões.

Começa, então, um blues arquitetado por boêmios da alta classe, artistas circenses e defensores da natureza livremente acorrentados pelo mesmo fim. Nessa hora o queixo cai, não por admiração - não - mas pela lei da gravidade (há quem não queira dar o braço).
E do céu, não o do alto - o da boca - palavras cadentes que imploram oportunidades de fuga.
E eu que tinha tanta coisa pra cantar, fiquei calada.

Pedi aos anjinhos, em reza, que me levassem um papel e uma caneta que tudo ficaria menos difícil.

Oh, eu que queria tanto ter o dom da prosa de um fim de tarde e aquela mesma das três e meia da manhã.

Só me restaram os biscoitos de água e sal e um tantinho de neblina.

2 Comments:

At 14.7.08, Anonymous Anônimo said...

não haveria espaço no chão para queixos caidos se tu tivesses falado!
assim como não há lugar agora, depois de ler teu texto.
=*

 
At 16.7.08, Anonymous Anônimo said...

eu também tinha algo mais para cantar, mas minha timidez incompreensível também sufocou-me.
se você tivesse me chamado, eu teria chegado com o papel e a caneta...foram eles que me permitiram gritar naquela noite!

fantástico texto!

=*

 

Postar um comentário

<< Home