É duro ter que encarar os fatos.
Não consigo mais dialogar com meus próprios pais.
Tudo aconteceu de repente, a gravidez da minha cunhada, o meu irmão do meio se mudando pra casa dela. Meu sobrinho nascendo e eles comprando o apartamento deles.
O emprego em Macau do meu irmão mais velho, o noivado dele, as viajens pra Salvador, Minas Gerais, Pipa, etc...
Tudo bem, meus irmãos estão com a vida deles, são independentes, se sustentam, mas não justifica dizer que meus pais tem que parar de se preocuparem com eles e se preocuparem apenas comigo, só porque sou nova, irresponsável, inconsequente e mulher.
Fala sério.
Agora minha relação com eles é só aos gritos. Eles acham que eu quero tudo e que ando "soltinha" demais, como diz mamãe. Eu até tento participar da vida deles, mas a vida deles ultimamente só se resume a encontros com o pessoal da igreja.
Fala sério de novo.
Eu odeio eles. Não me sensibilizem quando falo que "odeio eles". No fundo o que eu odeio é o poder que eles tem de me contrariar. Eles não tem que me proteger sempre das consequências da minha vida. É bom de vez em quando que eu aprenda, sofrendo na própria pele. Que em questões de coração isso vem acontecendo constantemente.
Porra, eu tô meio deprê sim, e aí? Eu tô me saindo bem dessa. Ainda tenho amigas e tenho Víctor pra me ajudar.
Não gosto de sentir que minhas faltas são pecados. Isso realmente subverte meu senso de valores.
Quando acordei desesperada à noite, correndo pra cama dos meus pais, chorando feito criança, tudo isso porque simplesmente eu MORRO DE MEDO DA VIOLÊNCIA. Meus pais até tentaram me acalmar, mas não compreenderam realmente o que eu estava sentindo. Isso foi parar no ouvido de todos da família durante o almoço. Eu me senti patética. Eles acharam que era bobagem minha e eu detesto quando dizem que meus medos são bobagens. Para mim eles são terrivelmente reais e se eles tentassem entendê-los contribuiriam para me dar segurança.
Eu sei que deve ser duro acompanhar meu ritmo de crescimento, mas eles tem que tentar! Eu tô crescendo rápido.
Eu só quero compreensão e um pouco de paz.
Quero fazer as coisas que gosto.
Sei que não existe nada demais nisso.
Não quero ser estragada pelo fato dos meus pais serem um tanto quanto antiquados. Sei perfeitamente que não devo ter tudo que peço. Mas, colaborem.
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